sexta-feira, 14 de outubro de 2011

LIRAGLUTINA: A REVOLUÇÃO PARA PERCA DE PESO!

Para os pesquisadores a tarefa de manipular remédios que atentam as exigências é árdua, e só neste mês, a ANVISA proibiu três remédios emagrecedores por alegar que a segurança e a eficácia não foram totalmente comprovadas. Um relatório minucioso dos benefícios que certa droga pode trazer deve conter vários tipos de estudos em laboratório, além de testes de efeitos em seres humanos e animais. Ultimamente, a liraglutina está entre os remédios que mais se destacam.
A liraglutina, remédio inicialmente desenvolvido para diabéticos mellitus tipo dois, é um hormônio sintético da empresa Novo Nordisk e imita o hormônio GLP-1. Este hormônio reduz as contrações do intestino quando o bolo alimentar chega ao ílio, fazendo com que haja um tempo maior para a absorção de nutrientes e proporcionando uma sensação de saciedade para o paciente. No pâncreas, o GLP-1 estimula a produção de insulina, através das células beta. Além do efeito de antidiabético, alguns testes revelaram que esse remédio possui outros benefícios como as reduções da pressão arterial sistólica, menores riscos de doenças cardiovasculares e a perda significativa de peso em um período de quatro a seis meses.
Os testes com a liraglutina, que abrangeram, somente pacientes adultos com necessidade de perda de alguns quilos, comprovaram que o remédio tem maior eficiência do que os anorexígenos, supressores de apetite e principais fármacos utilizados como emagrecedores. Em comparação, há uma maior perda e sustentabilidade do peso além de causar menores efeitos colaterais. Os efeitos colaterais de maior frequência da liraglutina foram náuseas, dores de cabeça, aumento da pulsação sanguínea e desconfortos gastrointestinais, todos observados no começo do tratamento. Já os anorexígenos, têm uma menor aceitabilidade pelo organismo, e efeitos colaterais como  variações de humor, dores de cabeça, depressão nervosa e causam dependência. A desvantagem da liraglutina está no preço, cerca de 830 reais para seis meses de tratamento.
            Nas pesquisas feitas com humanos, a liraglutina (1,8-3,0 mg) também foi responsável por reduzir o número de pré-diabéticos: 52% a 62% dos pacientes tratados com o medicamento conseguiram alcançar as taxas normais de tolerância à glicose. Outros benefícios notados foram o aumento do HDL, responsável por retirar o colesterol do sangue e levá-lo até o fígado para não obstruir as vasos sanguíneos e o decréscimo do LDL, triacigliceróis e dos valores de hemoglobina glicosilada , tipo de hemoglobina acoplada em moléculas de glicose. Houve também um aumento da adiponectina, hormônio que auxilia na eliminação de eventos metabólicos que podem causar doenças como diabetes tipo dois e obesidade. Por outro lado, o houve uma diminuição de fibrinogênio, o que pode ser grave, pois essa é uma glicoproteína utilizada na coagulação sanguínea. 
Concluindo, os pacientes que se submeteram a mais de dois anos de tratamento com a liraglutina, junto com exercícios físicos, dietas low fat com baixo teor de calóricas, obtiveram bons resultados com maior eficácia em comparação com os anorexígenos e menores riscos para doenças cardiovasculares e outras relacionadas à obesidade. No entanto, para a confirmação da eficácia, da segurança e da tolerância a fim de que a liraglutina possa ser vendida como remédio emagrecedor faz-se necessário um novo programa de avaliações, agora com pacientes adultos e obesos.
A utilização do hormônio sintético deve ser bem avaliada pelo endocrinologista, pois o tratamento é cansativo e depende de uma integração entre paciente, médicos e outros profissionais. Por mais que os resultados sobre os benefícios da liraglutina no tratamento da obesidade sejam positivos, a melhor maneira de tratar o excesso de peso é de forma natural, sendo que a utilização de medicamentos deve ser feita excepcionalmente.   O tratamento com a liraglutina, além de não dispensar a dieta e os exercícios é caro e penoso. A aplicação do composto é feita por canetas injetoras em aplicações diárias de três mg na parte das coxas, glúteos, barrigas ou braços, e por mais que a agulha seja pequena deve saber se compensa levá-las todos os dias até o fim do procedimento. Para as pessoas que perdem peso com facilidade ou para aquelas que procuram perder pouca quantidade de massa gorda, esse hormônio não é indicado. Vale à pena procurar os recursos tradicionais como dietas, exercícios, acompanhamento de nutricionista e outros profissionais da área de saúde e estética.
Referencia bibliográfica:

NELSON, D. e COX, M. Princípios de Bioquímica de Lehninger  4 ed.. Porto Alegre: Artmed 2011.
Revista Veja edição 22333, sete de setembro de 2011.


                                                          POSTADO POR: ISABEL BARCELOS FERREIRA 
                                                            
  
                                                                         

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