segunda-feira, 21 de novembro de 2011

RELAÇÕES ENTRE O COMPRIMENTO DO INTESTINO E A OBESIDADE



O comprimento do intestino delgado estaria relacionado à obesidade?

    " Por incrível que pareça, sim. Existem dados evolutivos, anatômicos e neuroendócrinos em favor desta afirmação.
      A melhor maneira de responder essa questão é relacionar o comprimento do intestino como peso corpóreo.
     As pessoas normais são capazes de absorver quase todos os nutrientes absorvíveis, independentemente de terem mais ou menos intestino. De fato, a experiência com pacientes com intestino curto, que perderam grande extensão de intestino, pelas mais diversas razões, comprovam que aproximadamente 70 cm de intestino delgado são suficientes para nutrição oral adequada, se uma parte do íleo for preservada e o cólon estiver presente. Desta forma, entre pessoas normais, que diferença faria ter 3 ou 8 metros de intestino se em qualquer caso a absorção de nutrientes é completa?"(retirado do artigo "relações entre o comprimento doHipótese: a síndrome do intestino longo" de Sérgio Santoro)
intestino e a obesidade-

     O GLP-1 é um hormônio no intestino distal, em resposta a ingestão de nutrientese age da seguinte forma:  Estimula a síntese e liberação de insulina pelo pâncreas; age no estômago reduzindo a secreção do ácido clorídrico, relaxa o fundo gástrico para acomodar maior volume e também não deixar que o suco gástrico atue excessivamente no aliemento a ser digerido; simultaneamente ultrapassa a barreira hematoencefálica e causa saciedade, regulando as ações no período pós-absortivo. Como é secretado no fim do intestino quando os nutrientes chegam ao íleo e ocorre sua liberação, então é hora de diminuir a velocidade e absorver os nutrintes presentes no quimo, ainda no intestino.
       Os aspectos evolutivos das funções do GLP-1 são interessantes...

  "... Devido ao acesso esporádico à comida na natureza, o homem primitivo tinha o instinto de comer tanto quanto possível para criar reservas para os tempos de fome. Se faminto, o trânsito digestivo deve ser rápido o bastante para criar espaço para mais comida; entretanto, quando os nutrientes atingem o intestino distal, é momento de lentificar o trânsito, ou então, nutrientes são perdidos nas fezes.
         A dieta primitiva é pouco calórica e repleta de fibras não-digeríveis. O indivíduo, em situação primitiva, teria que ingerir grande volume de comida para obter uma pequena quantidade de calorias. Nestas condições, também é difícil captar e absorver os nutrientes.
Um intestino longo é importante como contêiner e também oferece a oportunidade de absorver todos os nutrientes entre as fibras e partículas pouco digeríveis. Sob esta dieta os nutrientes atingiriam os segmentos distais mais facilmente."(retirado do artigo "relações entre o comprimento do intestino e a obesidade-Hipótese: a síndrome do intestino longo" de Sérgio Santoro)

      Juntamente om a modernidade houve também a adaptação da dieta aos novos hábitos do homem, que ingerem aliemtnos de mais fácil absorção, sendo absorvido portanto logo no início do intestino, então se os nutrientes que deveriam estimular a secreção do intestino ja foram absorvidas, a função principal do hormônio GLP-1 demorará a ser executada, a sensação de saciedade, o que acarreta uma maior ingestão de alimentos.
          " Pessoas obesas e pessoas com diabetes tipo 2 têm secreção de GLP-1 atenuada e por isso consomem mais. 

     Mas muitos anos após a realização de um by-pass jejuno-ileal (que joga nutrientes no intestino distal através de um atalho), a secreção normal de GLP-1 é restabelecida. A chegada de nutrientes ao intestino distal tem fatores benéficos, um seria a limitação da ingestão de alimentos porque faz a produção de hormônios intestinais que fornecem sinais ao pâncreas e ao cérebro, o segundo seria porque a presença de nutrientes no íleo estimularia a secreção do GLP-2 que geram ácidos graxos de cadeia curta no cólon e acredita-se que estes dois podem proteger o colón contra o câncer. Então podemos dizer que a pobreza de nutrientes no intestino distal esta diretamente relacionado a obesidade que pode desencadear câncer de cólon.

      Ambas as condições têm incidências crescentes nas populações modernas, um dos fatores que podem influenciar estas condições são as dietas hipercalóricas atuais, de fácil digestão. Estas considerações sugerem que se usada uma dieta moderna, é melhor ser “normal com 3 metros” de intestino do que “normal com 8 metros” de intestino  delgado."(retirado do artigo "relações entre o comprimento do intestino e a obesidade-Hipótese: a síndrome do intestino longo" de Sérgio Santoro)

        Então se pensarmos que com a evolução a dieta humana se torna cada vez mais digerível, seria lógico pensar que o intestino humano deveria ser diminuído?

      Ou pegando a “culpa” pra si, poderíamos pensar também que o homem está habitualmente mal acostumado com a grande disponibilidade de nutrientes de fácil absorção e não se preocupa adquirir melhores hábitos alimentares ou uma vida mais saudável conciliando a ingestão destes alimentos modernos e atividade física.
       Então eu pergunto pra vocês: A culpa é da evolução ou do homem?

Postado por DANIELLE TEIXEIRA DA SILVA

 RFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS:
Artigo "Relações entre o comprimento doHipótese: a síndrome do intestino longo" de Sérgio Santoro
intestino e a obesidade-
Disponível em < http://www.einstein.br/biblioteca/pdf/On%20line%2030.pdf > 
Acesso em: 12 de novembro de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário